quinta-feira, 29 de março de 2012

Liderança não vem da teoria, mas sim da prática


Tetiana Mykhailiuk, presidente da AIESEC, a maior organização estudantil do mundo, explica como a entidade inspira mais de 65.000 jovens líderes

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Beatriz Ferrari
Veja.com - 28/03/2012
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A AIESEC, originalmente uma abreviação de Association Internationale des Etudiants en Sciences Economiques et Commerciales - ou Associação Internacional de Estudantes de Ciências Econômicas e Comerciais, em português - é a maior organização estudantil do mundo. Sediada em Roterdã, na Holanda, a entidade tem como missão inspirar mais de 65.000 jovens, espalhados por 110 países em mais de 2.100 universidades. À frente desta verdadeira multinacional está uma ucraniana de 25 anos que é o espelho da geração que atende. Formada em administração de empresas, Tetiana Mykhailiuk, atua desde os 14 anos em organizações não governamentais voltadas à juventude. Sua ambição sempre foi se tornar uma empreendedora de sucesso, sobretudo no campo da educação. Na AIESEC, ela não só atinge esse objetivo, como também ajuda jovens inspiradores de todo o planeta a transformarem suas ideias em projetos bem-sucedidos.

Entre uma conferência e outra com os escritórios da entidade em todo os continentes, Tetiana cuida também do relacionamento da AIESEC com empresas globais, como Microsoft, Electrolux, PricewaterhouseCoopers, Nike e Unilever, que querem se aproximar de jovens com consciência social, conectados com o mundo e focados no próprio desenvolvimento. O assédio das companhias é compreensível, já que entre os mais de um milhão de jovens que passaram pela organização estão nomes como Mario Monti, primeiro-ministro italiano; Cavaco Silva, presidente de Portugal; e o finlandês Martti Ahtisaari, prêmio Nobel da Paz em 2008.

Criada em 1946 em Liége, na Bélgica, a AIESEC surgiu como uma plataforma de intercâmbio profissional entre estudantes. Com o tempo, esta passou a ser uma das ferramentas da organização, que se voltou a políticas diversas direcionadas ao desenvolvimento de jovens líderes globais. O nome por extenso em francês não é mais utilizado, já que estudantes de qualquer parte do globo podem fazer parte. A cada ano, todas as posições de liderança são renovadas. Em julho, Tetiana deve deixar o cargo, que pode ser ocupado pela brasileira Anna Laura Schmidt, ex-presidente da AIESEC no Brasil, caso seja eleita.

Tetiana falou ao site de VEJA sobre o desafio de criar novas lideranças globais.

Como a AIESEC estimula o desenvolvimento da liderança entre os jovens? A estratégia é criar oportunidades para que os jovens assumam um papel ativo no mundo. Procuramos lhes dar problemas reais para que possam resolver. Isto porque uma das premissas da AIESEC é que a liderança não vem com a teoria, mas sim com a prática. Cremos que qualquer um pode ser um líder se tiver uma chance.

A experiência da organização mostra que, depois que os jovens passam por lá, eles se tornam mais empreendedores. Passam, inclusive, a olhar para os problemas que precisam resolver não como uma dificuldade, mas como uma oportunidade. É uma liderança direcionada para a criação de valor. Vi essa mudança acontecer em mim. Eu mudei a maneira como tomo minhas decisões, como me comunico e como lidero as pessoas.

O intercâmbio profissional sempre ocupou lugar de destaque da AIESEC. Como ele pode ajudar no processo de desenvolvimento de liderança entre os membros? Temos um programa de intercâmbio global em que os membros podem trabalhar em grandes companhias em todo o mundo.

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