quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Produtos Ecológicos Encontram Espaço na Internet



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O crescimento foi fenomenal. Desde seu lançamento em 2010, o portal Greenvana Store se tornou o principal site de vendas online de produtos sustentáveis. São cerca de dois mil produtos oferecidos por uma das três maiores marcas de varejo brasileiro na Internet e mais de meio milhão de seguidores na rede social Facebook.
Em julho de 2011, a empresa assegurou R$4,5 milhões do Banco Santander que comprou uma participação minoritária na empresa, visando crescer junto nesse setor de mercado de produtos verdes e sustentáveis. Esse dinheiro está ajudando no plano de investimento de R$10 milhões nos próximos três anos, pelo qual a empresa quer manter sua posição de liderança.
A Greenvana Store é parte de um conglomerado de informações sobre comércio sustentável e estilo de vida que inclui o Greenpedia – enciclopédia on-line sobre sustentabilidade – o Greengle – sistema de buscas associadas à plantação de árvores a cada seis mil buscas realizadas – o Greenstyle – portal de notícias – e o Greenforma – portal de materiais e serviços de construções sustentáveis.
Pretendemos manter nossa liderança, e vemos nossa atuação como um jeito de incentivar as tecnologias e produtos que agridem menos o meio ambiente”, explicou Felipe Lobo, gerente de conteúdo da empresa.
Para ele, o grande motivador para essas compras é o debate constante feito pela imprensa, que aumenta o grau de consciência da população.
A Greenvana é controlada pela Brasil/CT, presidida por Marcos Wettreich, que fundou o Ibest e mais uma dezena empresas focadas em internet, foi o mentor do projeto quando percebeu em 2009 o crescimento desse mercado. Juntando as duas tendências – de busca por produtos sustentáveis e o comércio eletrônico – o empreendedor carioca resolveu investir nos dois setores que já vinham em plena ascensão. Em 2012, segundo projeções da empresa a Emarketer, o comércio eletrônico no Brasil deve crescer mais de 20% em 2012, atingindo US$18 bilhões.
Por outro lado, a segmentação e a comunicação quase que direta que a internet e as redes sociais permitem, levou a Greenvana a superar a barreira do preço que limita velocidade de venda de produtos sustentável em lojas físicas, pois encontrou o nicho de consumidores que entendem esta linguagem de dentro da rede.
Sendo empresa fechada, ela não revela os números de faturamento, mas Porto assegurou que a demanda está crescendo e deve continuar. Recentes pesquisas de consumo consciente, apesar de mostrarem que os consumidores aceitam, em geral, pagar até 10% mais caro por produtos sustentáveis, o que mais pesa na decisão de compra para 35% dos consumidores é o preço, seguido das características do produto (19%) e das marcas (16%). Apenas 9% levam em conta desempenho socioambiental.
Os produtos são um pouco mais caros”, lembrou Lobo, “Mas as pessoas cientes têm a percepção de que apesar dos custos mais altos que os produtos convencionais, elas têm a consciência que haverá não só retorno financeiro à longo prazo, mas também um benefício para o meio ambiente”.
Um dos pontos que devem ajudar na credibilidade da empresa, que é essencial para qualquer empresa que se lança no mercado de consumo consciente, são os critérios de avaliação dos produtos de uma forma transparente. Para uma empresa ter seu produto entre os 2000 no site do Greenvana, ela precisa passar pelo crivo que inclui 17 critérios. Entre estes, dois são imprescindíveis: devem ter um selo de reconhecimento do setor em que se insere e não conter produtos tóxicos. Os outros critérios incluem eficiência energética, embalagem e quantidade de materiais reciclados, entre outros.
Existem outros sites de vendas on-line de consumo sustentável como o Ecoeficiência, portal de materiais verdes do Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getúlio vargas, o MadeInForest, o Meu Mundo Sustentável, além do Selo Verde do Buscapé e a seção de Produtos Sustentáveis oferecidos no site do WalMart.
Felipe acredita que estamos apenas no início, mas ele espera que um dia sites especializados como o dele não serão necessários, já que o processo produtivo vai mudar.
Tomara que um dia não seja necessário um site desses, pois os danos ambientais da produção são absolutamente visíveis”, concluiu.

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