O crescimento foi fenomenal. Desde seu lançamento
em 2010, o portal Greenvana Store se tornou o principal site de vendas
online de produtos sustentáveis. São cerca de dois mil produtos
oferecidos por uma das três maiores marcas de varejo brasileiro na
Internet e mais de meio milhão de seguidores na rede social Facebook.
Em
julho de 2011, a empresa assegurou R$4,5 milhões do Banco Santander que
comprou uma participação minoritária na empresa, visando crescer junto
nesse setor de mercado de produtos verdes e sustentáveis. Esse dinheiro
está ajudando no plano de investimento de R$10 milhões nos próximos três
anos, pelo qual a empresa quer manter sua posição de liderança.
A Greenvana
Store é parte de um conglomerado de informações sobre comércio
sustentável e estilo de vida que inclui o Greenpedia – enciclopédia on-line
sobre sustentabilidade – o Greengle – sistema de buscas associadas à
plantação de árvores a cada seis mil buscas realizadas – o Greenstyle –
portal de notícias – e o Greenforma – portal de materiais e serviços de
construções sustentáveis.
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“Pretendemos
manter nossa liderança, e vemos nossa atuação como um jeito de
incentivar as tecnologias e produtos que agridem menos o meio ambiente”,
explicou Felipe Lobo, gerente de conteúdo da empresa.
Para ele, o
grande motivador para essas compras é o debate constante feito pela
imprensa, que aumenta o grau de consciência da população.
A Greenvana é controlada pela Brasil/CT, presidida por Marcos Wettreich, que fundou o Ibest e mais uma dezena empresas focadas em internet, foi o mentor do projeto
quando percebeu em 2009 o crescimento desse mercado. Juntando as duas
tendências – de busca por produtos sustentáveis e o comércio eletrônico –
o empreendedor carioca resolveu investir nos dois setores que já vinham
em plena ascensão. Em 2012, segundo projeções da empresa a Emarketer, o
comércio eletrônico no Brasil deve crescer mais de 20% em 2012,
atingindo US$18 bilhões.
Por outro
lado, a segmentação e a comunicação quase que direta que a internet e as
redes sociais permitem, levou a Greenvana a superar a barreira do preço
que limita velocidade de venda de produtos sustentável em lojas
físicas, pois encontrou o nicho de consumidores que entendem esta
linguagem de dentro da rede.
Sendo
empresa fechada, ela não revela os números de faturamento, mas Porto
assegurou que a demanda está crescendo e deve continuar. Recentes
pesquisas de consumo consciente, apesar de mostrarem que os consumidores
aceitam, em geral, pagar até 10% mais caro por produtos sustentáveis, o
que mais pesa na decisão de compra para 35% dos consumidores é o preço,
seguido das características do produto (19%) e das marcas (16%). Apenas
9% levam em conta desempenho socioambiental.
“Os
produtos são um pouco mais caros”, lembrou Lobo, “Mas as pessoas cientes
têm a percepção de que apesar dos custos mais altos que os produtos
convencionais, elas têm a consciência que haverá não só retorno
financeiro à longo prazo, mas também um benefício para o meio ambiente”.
Um dos
pontos que devem ajudar na credibilidade da empresa, que é essencial
para qualquer empresa que se lança no mercado de consumo consciente, são
os critérios de avaliação dos produtos de uma forma transparente. Para
uma empresa ter seu produto entre os 2000 no site do Greenvana, ela
precisa passar pelo crivo que inclui 17 critérios. Entre estes, dois são
imprescindíveis: devem ter um selo de reconhecimento do setor em que se
insere e não conter produtos tóxicos. Os outros critérios incluem
eficiência energética, embalagem e quantidade de materiais reciclados,
entre outros.
Existem outros sites de vendas on-line de consumo sustentável como o Ecoeficiência, portal de materiais verdes do Centro de Estudos de Sustentabilidade
da Fundação Getúlio vargas, o MadeInForest, o Meu Mundo Sustentável,
além do Selo Verde do Buscapé e a seção de Produtos Sustentáveis
oferecidos no site do WalMart.
Felipe
acredita que estamos apenas no início, mas ele espera que um dia sites
especializados como o dele não serão necessários, já que o processo
produtivo vai mudar.
“Tomara que
um dia não seja necessário um site desses, pois os danos ambientais da
produção são absolutamente visíveis”, concluiu.
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