segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Brilho natural Para economizar energia elétrica


economia
Brilho natural Para economizar energia elétrica, casas das Filipinas, na Ásia,estão usando garrafas cheias de água que refletem a luz solar
Maria Carolina Cristianini  Recreio- 01/12/2011
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Já reparou que em algumas casas, mesmo de dia, é preciso acender as lâmpadas? Para resolver o problema sem gastar energia elétrica, uma organização das Filipinas está implantando algo muito simples em tetos de casas pelo país: garrafas plásticas cheias de água e água sanitaria (composto químico usado para limpeza). A ideia é que a água das garrafas reflita a luz solar, funcionando como lâmpada.

VEJA COMO AS GARRAFAS ILUMINAM AS CASAS

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1 - Antes de colocar a garrafa no teto da casa, é preciso enchê-la com uma mistura de água comum e água sanitária. Assim, evita-se que fungos e outros micro organismos se desenvolvam na água parada.

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2 - A garrafa plástica é encaixada em um furo no telhado. Então, durante o dia,
a luz solar passa pela garrafa e é refletida pela água para dentro da casa, na vertical e na horizontal, fazendo com que a iluminação se espalhe pelos quatro cantos.

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3 - A luz gerada tem a intensidade de uma lâmpada fluorescente (aquela de luz branca, usada em cozinhas). Os pesquisadores esperam que cada garrafa se mantenha funcionando sem problemas por cerca de cinco anos.

VOCÊ SABIA QUE...
Nas últimas décadas, muita gente pelo mundo usou o método de garrafas cheias de água para iluminar casas? Até brasileiros já fizeram isso! Mas foi nas Filipinas que o projeto ganhou grandes proporções.
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Google Music libera downloads e ganha integração com YouTube e Google+


Ricardo Fraga Para o TechTudo O serviço de armazenamento e compra de músicas Google Music ganhou um importante recurso nesta semana: a possibilidade de se fazer download dos arquivos de áudio. Antes, os usuários eram limitados a inserir, deletar ou escutar, via streaming, suas músicas guardadas em sua conta. A novidade permite que as músicas enviadas ou compradas pelo dono da conta possam ser baixadas em qualquer dispositivo.
Google Music (Foto: Logo)Google+ Music (Foto: Logo)
Desde o lançamento do Google Music, uma das reclamações mais frequentes era a ausência de uma opção para baixar as músicas do serviço. Com essa deficiência, o usuário não podia utilizar o serviço para fazer backup das suas músicas, levando-as para outro computador ou dispositivo; uma vez que não poderia mais baixá-las.
A partir de agora, os usuários passam a contar com duas novas opções para baixar suas músicas. A primeira, através da interface web, pode ser acessada através do triângulo exibido ao passar o mouse sobre a canção ou, se preferir, fazendo o mesmo com os álbuns. As músicas compradas através do serviço só podem ser baixadas duas vezes via web. A segunda opção é através do aplicativo desktop Music Manager. Com ele, o usuário pode selecionar se deseja baixar todas as músicas de uma vez, ou selecionar apenas algumas delas.
Agora é possível fazer o download das músicas do Google Music (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)Agora é possível fazer o download das músicas do Google Music (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)
Além disso, o Google Music ganhou uma integração com o YouTube e Google+. Agora, ao selecionar uma das músicas o serviço dá a opção de compartilhar um vídeo com seus amigos da rede social. Após clicar em “Share YouTube video” (“Compartilhar video do YouTube”, em português), uma nova tela será exibida contendo três vídeos ligados à canção. Após selecionar o vídeo, o usuário poderá escolher como quer compartilhar o vídeo no Google+.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

5 dicas para seu perfil fazer sucesso no LinkedIn


Por IDG News Service / EUA

Segundo diretora da rede social, é importante evitar palavras que não dizem nada sobre você; pesquisar empresas e pedir recomendações também são ações indicadas.

Se você se descreve como “criativo”, “organizacional” ou “eficiente” no seu perfil do LinkedIn, talvez queira repensar as palavras que usa.
De acordo com uma nova pesquisa da rede social profissional, esses três rótulos estão entre as três buzzwords (palavra ou frase de efeito para impressionar) mais usadas neste ano – e consequentemente ineficientes – pelos usuários norte-americanos do site.
“No cenário econômico atual, você realmente precisa se destacar da multidão para chamar a atenção de um gerente de contratações”, afirma a diretora de conexão do LinkedIn, Nicole Williams. “Se você está usando as mesmas palavras que todos os usuários do LinkedIn, está se misturando. As buzzwords são realmente apenas palavras vazias. Ninguém está prestando atenção de verdade nelas.”
Em vez disso, Nicole recomenda tirar um tempo para repensar como você se mostra por meio de seu perfil e examinar a linguagem que usa para isso. Confira abaixo cinco dicas para você iniciar um ano bem-sucedido profissionalmente.
1. Mostre, não fale
Como a competição é muito acirrada, Nicole diz que é especialmente importante evitar uma lista de tópicos sobre você e se focar em mostrar para as pessoas suas qualificações e sucessos em vez de falar sobre isso para elas.
“Só porque uma palavra é uma buzzword não significa que você precisa buscar por outra para substituí-la. Em vez disso, se pergunte como você pode demonstrar o que fez”, diz. “Em vez de descrever a si mesmo como ‘criativo’, dê um exemplo que mostra como você tem sido criativo – como você desenvolveu uma campanha de sucesso que produziu grandes resultados.”
2. Retire todas as palavras “dispensáveis”
Williams diz que a palavra “motivado”, que ficou em sexto lugar entre as principais buzzwords, é um ótimo exemplo de uma palavra “dispensável” – ou palavra que não adiciona nenhum valor ao seu perfil do LinkedIn.
“Você não tem muito espaço para causar uma impressão. Nenhum gerente de contratações está buscando alguém se descreva como motivado porque eles supõem que isso seja algo que você já seja”, diz.
A especialista recomenda dar uma geral no seu perfil em busca desses tipos de palavras e substituí-los com exemplos mais concretos. A maneira mais fácil de encontrá-las, diz Nicole, é perguntar a si mesmo se o oposto dessa palavra é algo que você poderia ser – como, por exemplo, “desmotivado”.
Leia também:
- Rede LinkedIn abre escritório no Brasil
3. Mostre suas habilidades
Em vez de depender das buzzwords que você achou que deveria usar, adicione LinkedIn Skills (Habilidades LinkedIn) ao seu perfil para aumentar as chances de aparecer em resultados de busca quando outros profissionais precisarem de alguém como você para um projeto, recomenda Nicole.
A seção de Habilidades do LinkedIn permite buscar por conjuntos específicos de habilidades para determinar sua popularidade, examinar profissionais e locais de destaque associados com essa habilidade, encontrar trabalhos e grupos relacionados, descobrir se uma habilidade em especial está mais ou menos em tendência, e mostrar  no seu perfil aquelas em que você possui mais facilidade.
4. Peça recomendações
A diretora do LinkedIn sugere pedir recomendações de antigos gerentes e clientes para dar as outras pessoas que vêem seu perfil um senso mais equilibrado de quem você é como um profissional.
Quando você pede uma recomendação de alguém, esteja certo de mostrar a razão de estar pedindo, se é para conseguir mais clientes ou porque você está em busca de um novo emprego, explica Nicole.
Um exemplo de escrever um pedido de recomendação seria: “Brad, eu realmente agradeceria se você pudesse me dar uma recomendação quanto ao projeto da ABC em que trabalhei e que resultou em nós conseguindo aumentar as vendas em 120%”, diz.
5. Se estiver em dúvida, visite o site da empresa
Como você tem um espaço pequeno para causar um grande impacto, Nicole diz para visitar o site de um potencial empregador para preencher os espaços deixados no seu perfil pelas buzzwords que você removeu.
“Se você está buscando por um trabalho e sem algumas palavras, vá até o site da empresa em que está interessado para ver quais palavras eles usam para descrever seus funcionários e sua cultura”, explica. “Apenas lembre-se de ser objetivo e dar exemplos.”

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Como serão as cidades no futuro


Songdo, na Coréia do Sul, foi planejada para ser uma cidade inteligente e sustentável, baseada em tecnologia

inovação

Um conjunto de tecnologias pensado para tornar as cidades mais inteligentes ajuda as metrópoles a vencer problemas de trânsito, segurança e urbanismo. Entenda como

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Edifícios ultramodernos cortados por carros e ônibus que voam. Robôs que executam as tarefas domésticas. Água 100% reaproveitada. Será que viveremos assim daqui a 30 anos? Provavelmente não. Mas diversos avanços esperados para um futuro distante já estão em testes em cidades planejadas, que funcionam como laboratórios de boas ideias a serem replicadas. Um conjunto de tecnologias desenvolvido por empresas como IBM, GE, Cisco, Philips, Oracle e Samsung tem ajudado as cidades a se tornar mais inteligentes, com transporte eficaz e menos poluente, edifícios verdes e energia renovável.

As metrópoles entraram na mira das companhias de tecnologia porque se tornaram consumidoras em potencial de uma série de soluções criadas por essas empresas para enfrentar o caos urbano, resultado, principalmente, do crescimento desordenado e da falta de planejamento.Metade dos habitantes do planeta, que acaba de atingir a marca de 7 bilhões de pessoas, mora em áreas urbanas. Estima se que em 2050 cerca de 70% da população viverá em cidades, o que representa um aumento de 1,4 milhão de pessoas por semana. "Esse crescimento causará uma mudança enorme nas cidades e na expectativa dos cidadãos sobre a qualidade de serviços como saúde, transporte, educação e gerenciamento de emergências", afirma o indiano Guruduth Banavar, vicepresidente e chefe de tecnologia para o setor público da IBM.

O impacto ao meio ambiente já é enorme. Os 3,5 bilhões de habitantes urbanos consomem 75% da energia disponível e concentram 80% das emissões de gases que causam o efeito estufa. As megacidades são responsáveis por grande parte do consumo. "Elas se transformaram em um megaproblema, que afeta principalmente os países em desenvolvimento, onde estão cidades como Délhi, Istambul e São Paulo", afirma Johnny Araya Monge, prefeito de San José, na Costa Rica. Com 2,3 milhões de habitantes, o município é visto como exemplo. Após revitalizar o centro, a administração local conseguiu fazer com que muitos habitantes que haviam se mudado para municípios próximos voltassem. As megalópoles impõem grandes desafios a governos e seus habitantes. "Apenas 40 megacidades impulsionam a economia mundial. Elas concentram um quinto da população e dois terços do PIB. São também as que geram mais inovação", diz o arquiteto e urbanista Carlos Leite, professor da Universidade Mackenzie e da Fundação Dom Cabral.

Ao mesmo tempo que atraem empresas e negócios milionários, as grandes cidades exigem atenção com as mudanças climáticas, a mobilidade urbana e os crescentes índices de desigualdade social. A boa notícia é que a tecnologia está aí para ajudar. Veja, a seguir, alguns exemplos bem sucedidos de aplicação de tecnologia para melhorar o dia a dia das cidades.

ENERGIA
EM MASDAR, SÓ ENERGIA RENOVÁVEL

Uma cidade sem carros, que gera pouco lixo e só usa energia renovável. Essa é Masdar, um distrito econômico da cidade de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, e um dos modelos de cidade laboratório em construção. Quando estiver pronta, em 2025, Masdar deve ter uma população de até 50 mil habitantes e 1 500 empresas. Por suas ruas circularão carrinhos elétricos conhecidos como pods, impulsionados por trilhos magnetizados. O projeto urbanístico de Masdar foi criado pela empresa inglesa de arquitetura Foster and Partners, em 2006. Nos quase 20 anos de construção deverão ser gastos mais de 20 bilhões de dólares. "Masdar é um exemplo de cidade criada para ser sustentável", afirma Daniel Meniuk, diretor de negócios do projeto Rio4Real, elaborado pela americana GE para testar tecnologias inovadoras.

Masdar caminha para ser totalmente neutra em emissões de carbono. Para isso está construindo uma grande estação de energia solar, que ocupará uma área de 2,5 quilômetros quadrados e terá uma potência entre 100 MW e 125 MW, comparável com uma usina hidrelétrica de pequeno porte. A primeira parte está quase pronta. Além da solar, a cidade usará energia eólica, com grandes áreas de moinhos instalados em terra e no mar, somando mais 30 MW. Parte do lixo produzido deverá ser queimada, para a produção de energia geotérmica. Também há planos para a construção de uma usina de hidrogênio. "Masdar é um laboratório que explora todas as possibilidades para tornar uma cidade inteligente e sustentável. Mas é um experimento caro, que poucos serão capazes de replicar", diz a socióloga especializada em globalização e migrações Saskia Sassen, professora da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, e autora do livro Sociologia da Globalização.

CONSTRUÇÃO
EM SONGDO, EDIFÍCIOS ECOLÓGICOS
Grandes janelas que permitem a entrada de luz natural, água e lixo reciclados, reúso de água da chuva, sistemas avançados de entretenimento e recursos de telepresença. Esses são alguns dos benefícios que atraíram os primeiros moradores de Songdo, distrito econômico de Incheon, na Coreia do Sul, um projeto liderado pela Cisco. O primeiro bloco de 2 600 apartamentos dos 80 mil disponíveis na nova cidade foi muito disputado no lançamento, há cinco anos, com uma procura oito vezes superior à oferta. Songdo é um município planejado, resultado de um investimento de 40 bilhões de dólares. Terá até 75 mil habitantes quando estiver pronto, em 2015. Todos os edifícios terão a certificação Leed, referência mundial em sustentabilidade. Monitores de tela plana estarão disponíveis em todas as residências e os moradores poderão se conectar a serviços públicos e privados.

A Cisco planeja distribuir pela cidade mais de 10 mil unidades de seu sistema de telepresença nos próximos sete anos. Eles permitirão que moradores e empresas tenham serviços de ponta em áreas como segurança e aprendizagem virtual . Além de construções ecológicas, Songdo oferecerá aos habitantes áreas verdes que somam 40% de seus 6 quilômetros quadrados de espaço total, além de 26 quilômetros de ciclovias. Densamente povoada, será um exemplo de cidade compacta, com áreas para lojas, espaços culturais e escritórios. "Songdo é um exemplo bemsucedido de cidade inteligente, mas é um modelo caro, para pessoas de alto poder aquisitivo", afirma Saskia Sassen.

"É preciso entender a cidade" Socióloga especializada em globalização, a holandesa Saskia Sassen diz que cada cidade deve buscar uma forma própria de se aperfeiçoar. Abaixo, trechos da entrevista a INFO.

Como tornar uma cidade inteligente? Há um modelo a seguir? Não. Deveríamos aproveitar o que já existe. Isso significa trabalhar com as particularidades e os especialistas locais. Não é suficiente comprar um conjunto pronto de sistemas, como tem acontecido com as novas cidades.

Quais as principais dificuldades?
Os sistemas inteligentes estão sendo feitos para cidades construídas a partir do zero. É preciso mobilizar a base de conhecimento local para entender qual é a melhor forma de usar os avanços tecnológicos. As cidades precisam ainda encontrar modelos para se tornar inteligentes a um preço razoável e de forma que os cidadãos se sintam mobilizados a participar.

O uso político pode retardar o processo? O risco político está no fato de que as grandes empresas que dominam o negócio das cidades inteligentes estão muito afiadas para vender seus sistemas. Elas podem persuadir os políticos a adotar seus modelos caros, mas não muito úteis. O grande feito de Songdo é fazer com que todos os edifícios sejam sustentáveis. Mas existem outros bons exemplos de construções inteligentes no mundo. Um deles é o Smart Work Center, em Amsterdã, na Holanda. Também liderado pela Cisco, o projeto criou espaços de trabalho para pequenas companhias, que, sozinhas, não teriam capital suficiente para investir em tecnologias avançadas. "Elas se juntam em grupos de dez ou 20 empresas e se instalam em um edifício fora do centro da cidade. Além de compartilhar a área, dividem a infraestrutura", afirma Wim Elfrink, vice presidente de soluções emergentes e Chief Globalization Officer da Cisco. Esse foi um dos fatores que ajudaram Amsterdã a reduzir as emissões de gás carbônico em 40% nos últimos dez anos.

TRANSPORTE
EM SINGAPURA, PEDÁGIO URBANO
O trânsito é um dos maiores problemas das megacidades. Em Singapura, cidade que se tornou referência de projeto inteligente, a solução foi o pedágio urbano, adotado em 1975. Desde 1998 todos os carros são obrigados a usar um dispositivo fixado no vidro para a cobrança automática. O valor a pagar depende dos pontos de entrada e saída do centro e varia entre 1 e 3,50 dólares para automóveis. O pedágio vigora de segunda a sexta feira, das 2 horas da manhã até as 17 horas. "O sistema é muito simples de usar", afirma Emilio Umeoka, vice presidente sênior da consultoria Juniper Networks.

Umeoka viveu com a família em Singapura por 4 anos e meio, quando era presidente da divisão Ásia/Pacífico da Microsoft. "Singapura tem uma política muito forte de atração de estrangeiros e aposta na tecnologia", afirma Umeoka, que hoje vive nos Estados Unidos, na região do Vale do Silício. Entre as apostas tecnológicas de Singapura estão as redes Wi Fi e a informatização de serviços para diminuir a burocracia. Também modelo para a cobrança de pedágio urbano, Estocolmo, a capital da Suécia, usa um sistema inteligente de visão computacional em que câmeras leem a placa dos carros para aplicar a tarifa. O valor varia de 1,50 a 3 dólares. O pedágio é cobrado entre 6h30 e 18h30, de segunda a sexta feira. Outra preocupação em relação ao transporte nas cidades inteligentes é o estímulo à troca de carros a gasolina ou diesel por híbridos e elétricos.

Aí o destaque é Barcelona, considerada por um estudo recente do instituto de pesquisas IDC como a segunda cidade mais inteligente da Espanha, atrás de Málaga. O projeto Live, uma parceria da prefeitura com organizações públicas e privadas, espalhou 234 pontos de carregamento de carros elétricos pela cidade. Usando o Google Maps pelo seu celular ou em aplicações para Android ou iOS, o usuário identifica o posto mais próximo. Quem faz a opção por carros elétricos recebe estímulos, como subsídio do governo para a compra dos veículos, vagas reservadas em estacionamento e parcerias com as empresas de transporte público. O exemplo de Barcelona mostra que é possível identificar oportunidades locais de aplicação de tecnologia. "Algumas das melhores soluções surgiram nas próprias comunidades", diz Joan Clos, diretor executivo do programa de habitação das Nações Unidas (UN Habitat) e ex prefeito de Barcelona. "Nem sempre dá para replicar ideias e tecnologias de uma cidade para outra, mas sempre é possível aprender com os outros para escolher a solução mais adequada para seus desafios."

SEGURANÇA
EM MADRI, CÂMERAS CONTAM PESSOAS
Segurança é outro megadesafio para a pauta de prioridades das grandes cidades. Mesmo que a realidade seja diferente, experiências vividas por nações desenvolvidas podem jogar luz num problema cada vez mais sério. Depois de passarem por atentados terroristas de grandes proporções, Nova York e Madri tornaram se referência em segurança urbana. Em Madri, câmeras acompanham o vai e vem das pessoas nas ruas e são capazes de identificar aglomerações incomuns, emitindo um alarme. "Usamos uma tecnologia que já existia, a de câmeras de vigilância, e integramos com as informações que vêm do GPS de todos os carros e rádios dos policiais", diz Pablo Escudero, diretor geral do departamento de polícia de Madri. Segundo Escudero, o próximo passo será usar imagens de lojas e joalherias para acompanhar áreas com maior incidência de assaltos.

Uma quantidade gigantesca de imagens é gerada pelas câmeras que monitoram cidades. Agora, o desafio dos especialistas em segurança está em separar automaticamente o que pode ser usado como referência para ações futuras. Com a aplicação de algoritmos capazes de produzir modelos de prognóstico, policiais podem ser enviados a locais de conflitos antes de acontecerem. Se é comum dois grupos de torcedores se enfrentarem a caminho de um jogo de futebol, por exemplo, um estudo dessa movimentação pode auxiliar na tomada de medidas preventivas.

EMERGÊNCIA
NO RIO DE JANEIRO, ALERTA CONTRA CHUVAS

Um temporal pode transformar a cidade do Rio de Janeiro em caos urbano. Foi o que aconteceu em abril deste ano, quando uma forte chuva que durou 9 horas despejou sobre a cidade 274 milímetros de água, volume normalmente registrado em um mês muito chuvoso de verão. Como preparar a cidade para evitar mortes e desabamentos?

O temporal de abril foi o primeiro teste extremo do Centro de Operações do Rio (COR), inaugurado há quase um ano. No local estão reunidas 30 instituições públicas e privadas que prestam serviços ao cidadão, como órgãos de trânsito e empresas de energia elétrica e de limpeza urbana. Um grande painel formado por 80 aparelhos de TV de 46 polegadas exibe um panorama da cidade em tempo real. No centro, um mapa mostra de forma precisa cada ponto onde acontece uma obra e até o trajeto de caminhões de lixo. No lado direito do mapa, se alternam as imagens das câmeras de controle do trânsito. E na extrema direita, três quadros indicam as condições meteorológicas. O COR é fruto de uma parceria da Prefeitura do Rio de Janeiro com a IBM, a Cisco e a Samsung. A IBM desenvolveu um sistema meteorológico personalizado para o município, que leva em conta suas características topográficas peculiares e é capaz de fornecer informações detalhadas para cada área de um quilômetro quadrado num período de 36 horas (as 12 anteriores e as próximas 24).

Essa previsão é fundamental para que todas as instituições públicas montem esquemas de emergência para situações como a do temporal registrado em abril. No mês de novembro, o Rio de Janeiro fez sua primeira grande simulação de emergência. O incidente era uma inundação fictícia na Praça da Bandeira, tradicional ponto de enchentes, entre o centro e a zona norte da cidade. "O teste mostrou que muitos detalhes ainda precisam ser melhorados, como a comunicação com os cidadãos", afirma Guruduth Banavar, da IBM, que se tornou uma espécie de conselheiro para emergências da prefeitura. "O Rio de Janeiro tem uma rotina de eventos extremos ligados a chuvas tropicais, com deslizamentos e enchentes que ocorrem há 450 anos. Tínhamos apenas uma ação reativa", diz o prefeito Eduardo Paes. "Com o COR, introduzimos a gestão de risco, com a preparação e a prevenção desses eventos."

RECURSOS NATURAIS
EM ANTOFOGASTA, ÁGUA DO MAR PARA BEBER
Se o Rio de Janeiro sofre com o excesso de chuva, Antofagasta, na região do deserto do Atacama, no Chile, é vítima de sua falta, o que faz com que a cidade tenha pouca água doce. "Em Antofagasta não chove nunca", diz a prefeita Marcela Hernando. "A pouca água que temos viaja 400 quilômetros desde a Cordilheira dos Andes e ainda precisa de tratamento para a retirada do arsênio." O caminho mais simples encontrado foi tornar a água do mar potável.

Do total de água da cidade, apenas 5% são utilizados pelos 400 mil habitantes. Os outros 95% vão para a indústria de mineração de cobre. Antofogasta está usando tecnologia para dessalinizar a água do Oceano Pacífico e distribuí la à população. Consórcios com empresas de outros países mais experientes na resolução do problema, como a Espanha, permitiram instalar estações de dessalinização e produzir pelo menos 26 mil metros cúbicos de água potável por dia, com capacidade para dobrar nos próximos anos. É um volume pequeno ainda, mas dentro do padrão mínimo recomendado pelas Nações Unidas. As tecnologias usadas na dessalinização já permitem levar água potável a pelo menos 300 milhões de pessoas no mundo diariamente. O exemplo de Antofagasta mostra que em muitos casos é possível aproveitar experiências e adaptá las. "As cidades vão colaborar umas com as outras.

Mas ao mesmo tempo competirão entre si", afirma Virginia Rometty, futura CEO mundial da IBM, que assume o cargo em 1º de janeiro. Ginni, como é conhecida, esteve no Rio de Janeiro em novembro, onde participou do evento SmarterCities, realizado pela empresa. O mesmo desafio apontado por Ginni para as cidades, de competir e colaborar ao mesmo tempo, será enfrentado pelas empresas de tecnologia nos projetos de cidades inteligentes. Elas serão parceiras em alguns municípios e competidoras em outros. A torcida é para que todos saiam ganhando.